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Teoria Clássica da Administração

Origem da teoria clássica da administração


Teoria Clássica da Administração

Enquanto Taylor, com sua administração científica espalhava-se rapidamente pelos Estados Unidos, em 1916, surgia na França a Teoria Clássica da Administração. À medida que a administração científica focava na tarefa realizada pelo operário, a teoria clássica tinha como ênfase a estrutura da organização. O Objetivo de ambas as teorias era bastante semelhante, porém cada uma buscava atuar em um foco diferente. Na teoria clássica da administração, a preocupação principal ocorria com a estrutura das organizações, o que constituiu uma enorme ampliação no campo de estudo da época e da ciência da administração. 


Henri Fayol, o criador da teoria clássica da administração, nasceu em Constantinopla, em 1841, onde vivenciou as transformações da Revolução Industrial. Com o passar dos anos, se formou em engenharia de minas, o que o fez ingressar em uma empresa siderúrgica e carbonífera, na qual fez grande parte de sua carreira. Fayol partiu de uma abordagem mais simples e global, para uma abordagem mais anatômica e estrutural das organizações, que rapidamente ofuscou a teoria trazida por Frederick Taylor. Ao longo deste artigo iremos trazer para vocês os principais aspectos da teoria de um dos grandes nomes da administração.


Principais aspectos da administração na teoria clássica


Funções da teoria clássica da administração

1. Funções organizacionais: Para Fayol, na teoria clássica da administração existem cinco funções básicas dentro de uma organização, porém nenhuma delas possui a finalidade de coordenar as ações da empresa ou de constituir seu corpo social, mas sim de trabalhar em harmonia a fim de alcançar o máximo do conceito de administração. Atualmente as funções recebem o nome de áreas de administração, sendo elas: administração geral (função técnica), comerciais, financeira, de segurança e contábil (imagem acima).

2. Conceito de administração: Henri Fayol entende o ato de administrar como uma junção de cinco atividades e/ou funções corporativas. Elas são consideradas o exercício de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Essas funções administrativas englobam os principais elementos da ciência da administração, atuando como delineador das atividades do administrador. Juntas elas constituem a base do processo administrativo e podem ser observadas em qualquer nível ou departamento da empresa.

3. Proporcionalidade das funções: Importante conceito da teoria clássica da administração. Para Fayol existe uma proporção nas funções administrativas, a qual se reparte por todos os níveis de uma empresa, não sendo exclusiva da alta cúpula. Segundo o autor, uma função é distribuída proporcionalmente entre os níveis hierárquicos, onde na medida em que desce, mais aumenta sua proporção e na medida em que sobe, mais aumenta o volume de funções.

4. Diferença entre administração e organização: Um dos pontos mais importantes para Fayol era o de facilitar a distinção entre administração e organização. Para ele, administração abrange aspectos que a organização não envolve, e atua como um conjunto de processos unificados. É um todo do qual a empresa é uma das partes. Por outro lado, a organização abrange a estrutura e a forma, sendo estática e possuindo dois significados, que são: organização como entidade social e como função administrativa.

5. Princípios gerais da administração: É certo dizer que como toda ciência, a administração também é pautada em leis e princípios. Fayol definiu o que seriam os principais princípios da administração, sendo eles: a divisão do trabalho, a autoridade responsabilidade, a disciplina, a unidade de comando, a unidade de direção, a subordinação dos interesses individuais aos gerais, a remuneração do pessoal, a centralização, a cadeia escalar (linha de autoridade), a ordem, a equidade, a estabilidade, a iniciativa e o espírito de equipe. 

A perfeita "teoria da administração" 


Especialização do trabalho na Teoria Clássica1. Administração como ciência: um dos principais pontos da teoria clássica da administração, é o seu estudo científico. Assim como na administração científica de Taylor, o intuito era substituir o empirismo e a improvisação por técnicas e métodos científicos. Dessa forma, seria possível alcançar a tão sonhada ciência da administração. Pra isso era necessário um ensino metódico e organizado, a fim de formar administradores capacitados. Essa ideia foi bastante inovadora para a época.

2. Teoria da organização: outro ponto concebido pela teoria clássica foi o fator de que a empresa era uma estrutura. Essa concepção foi influenciada pelas organizações tradicionais, como por exemplo, a militar. Apesar de contribuir com uma nova visão, a teoria clássica da administração pouco avançou em termos de uma teoria organizacional, uma vez as que enxergava como estruturas estáticas e limitadas. A estrutura organizacional constitui a cadeia de comando (escalar), que é baseado no princípio da unidade de comando. 

3. Divisão e especialização do trabalho: Segundo Fayol, a divisão do trabalho constitui a base de toda organização, atuando como a razão da mesma. É um princípio que conduz à especialização, diferenciando as tarefas e aumentando a eficiência nas atividades. Diferente da administração científica, a teoria clássica da administração buscava atingir as unidades, setores e departamentos da organização. O princípio possui duas direções, sendo uma vertical (níveis de autoridade) e a outra horizontal (tipos de atividade), que também é conhecida por departamentalização. 

4. Coordenação: considerada por Fayol como um dos principais elementos da administração, a coordenação é a junção de todas as atividades e esforços aplicados em uma organização. Na teoria clássica, se a subdivisão do trabalho é indispensável, a coordenação é obrigatória. Ela precisa ser baseada em uma junção de interesses, indicando um objetivo comum a ser alcançado por todos. É certo dizer que quanto maior for a organização, maior será a necessidade de existir processos coordenados que garantam sua máxima eficiência.

5. Conceito de linha de comando e de Staff: a teoria clássica da administração tinha por preferência a organização linear. Esse princípio se baseia em quatro aspectos, que são: unidade de comando (supervisão única - cada colaborador possui um único chefe), unidade de direção (integração entre os planos), autoridade centralizada (autoridade concentrada no topo) e cadeia escalar (autoridade disposta em escalões hierárquicos).

6. Organização Linear: visualiza a estrutura organizacional em forma de pirâmide. Nela temos a supervisão linear, baseada na unidade de comando e que é o oposto da supervisão funcional apresentada na teoria científica de Taylor. Para Fayol, a supervisão funcional nega a unidade de comando, prejudicando a coordenação das atividades. A teoria clássica da administração especifica dois tipos de autoridade, que são: a de linha e a de Staff. A de linha refere-se ao poder dos gestores de controlar seus subordinados e a de Staff faz referência à atribuição dos especialistas e suas funções, sendo mais estreita e tratada como uma relação de comunicação (conselhos entre especialistas e gerentes).

Outros elementos da teoria clássica da administração


Como já foi dito ao longo do texto, para Henri Fayol os principais elementos da administração eram baseados em cinco funções, sendo a previsão, organização, comando, coordenação e controle. Esses elementos não foram aceitos pelos seguidores de Fayol, o que fez com que cada um expusesse suas próprias ideias. Abaixo trouxemos os conceitos de dois dos principais seguidores de Fayol e da teoria clássica da administração.  

> Elementos para Urwick: Para o autor os elementos da administração eram totalizados em sete funções ao todo, sendo elas: a investigação, a previsão, o planejamento, organização, coordenação, comando e controle. No geral, Urwick apenas desdobrou o conceito de Fayol, sem trazer algo de muito novo. Para ele, esses elementos eram os principais pilares de uma boa organização, a qual deveria ser desenvolvida em torno de sua estrutura e não das pessoas que a compõem (conceito estruturalista).

> Elementos segundo Gurlick: Outro grande nome da teoria clássica da administração, Luther Gulick, considerado como o mais erudito de todos, também propôs sete elementos. Para ele, a teoria clássica da administração deveria ser baseada no planejamento, na organização, assessoria (conceito de preparação e treinamento de pessoas), direção, coordenação, informação (reportes entre subordinado e chefe) e por fim, no orçamento (relacionado ao plano fiscal, à contabilidade e ao controle financeiro). 

Principais críticas à teoria clássica


Críticas à teoria clássica da administração

1. Abordagem simplificada: muitos autores criticaram a teoria clássica da administração devido ao seu conteúdo baseado apenas em questões lógicas, formais, rígidas e abstratas, sem levar em consideração o fator humano, social e psicológico. Para eles, a teoria clássica limitava-se à organização formal, fazendo uso de esquemas pré-estabelecidos, normativos e prescritivos. De toda maneira, a preocupação com a estrutura organizacional foi um grande avanço nos estudos da teoria geral da administração.

2. Ausência de experimentos: a teoria clássica da administração buscou desenvolver uma ciência que estudava e tratava a administração de empresas de maneira mais analítica, sem o empirismo e a improvisação que dominavam o ambiente corporativo na época. Contudo, diferente da administração científica que fez uso de diversos experimentos, os autores clássicos fundamentaram seus conceitos na observação e no senso comum, baseando-se apenas na experiência direta e no pragmatismo. Muitos críticos achavam presunçoso, o fato dos autores clássicos auto denominarem de "princípios" as suas próprias proposições, já que estas não possuíam consistência ou regularidade.

3. Extremo racionalismo: os autores clássicos se preocuparam com a apresentação racional e lógica de suas proposições, prejudicando a clareza dos conceitos e ideias. O formalismo existente na teoria clássica da administração é bastante criticado por realizar uma análise superficial da matéria, faltando realismo e atuando de maneira muito simples. Por esse motivo, o movimento foi chamado de escola universalista, ou de teoria pragmática. O pragmatismo do movimento leva-o a utilizar de deduções para obter soluções aplicáveis de modo imediato.

4. Teoria da máquina: a teoria clássica da administração também ficou bastante conhecida como a teoria da máquina, uma vez que trabalhava os conceitos organizacionais apenas sob o foco do comportamento mecânico e não social. Para os autores do movimento, a organização deve ser arranjada como uma máquina e seus modelos administrativos trabalhados sem levar em consideração o fato humano. Essa abordagem determinística conduziu de maneira errada o movimento em busca de uma ciência da administração.

5. Abordagem incompleta e fechada: Da mesma maneira que ocorreu com a administração científica de Taylor, a teoria clássica da administração de Fayol, também sofreu críticas quanto aos temas e áreas abordadas pela teoria. A teoria clássica preocupou-se apenas com a organização formal, ignorando o lado informal e social que existia dentro das empresas e indústrias da época. A ênfase na estrutura levava ao exagero, ocasionando uma falha no tratamento dos grupos informais. A teoria clássica da administração trata a organização como um sistema fechado, composto de algumas variáveis conhecidas e previsíveis. Para os críticos os princípios universais propostos pelos autores do movimento clássico são facilmente manipuláveis, o que acabava prejudicando na veracidade dos dados analisados.

Conclusão - Teoria Clássica da Administração


Em resumo, a teoria clássica da administração foi uma escola que trouxe e fundamentou o pensamento administrativo em volta das organizações. A principal obra desse movimento foi o livro de Henri Fayol, publicado em 1916, e intitulado de "Administração Industrial e Geral", que tinha como ênfase a estrutura organizacional, o homem econômico e a busca pela máxima eficiência. Apesar de todas as críticas recebidas, é certo dizer que a teoria clássica da administração é uma das melhores abordagens para os iniciantes do curso, uma vez que disseca o trabalho gerencial em categorias compreensíveis e úteis, proporcionando um guia simples e de fácil entendimento sobre essa época.


A teoria clássica foi uma grande virada de chave no pensamento administrativo, especialmente na Europa ocidental. É fato que os princípios elaborados por Fayol e seus seguidores receberam diversas críticas, porém eles permitiram ao administrador uma visão mais simples e ordenada da organização. A teoria clássica da administração trouxe um enfoque de todas as esferas organizacionais (tanto operacional, quanto gerencial). O atraso na difusão das ideias e conceitos trabalhados por Fayol, fez com que grandes contribuintes do movimento administrativo desconhecessem seus princípios, porém após sua publicação nos Estados Unidos, seus conceitos foram rapidamente aceitos e amplamente divulgados. Por esse motivo, é mais do que certo afirmar que suas abordagens auxiliam as empresas e os administradores atuais em diversos aspectos do ambiente corporativo.

Até a próxima ADMs!

Autor: Filipe Bezerra
Referências Bibliográficas:
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012
FAYOL, Henri. Administração Geral e Industrial. São Paulo. Atlas, 2003.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier, 2004.

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07 lições de Marketing de Philip Kotler

Philip Kotler, o pai do marketing moderno


Philip Kotler o Pai do Marketing

Nascido nos Estados Unidos, em 1931, Philip Kotler cursou na Universidade DePaul por dois anos e fez seu mestrado na Universidade de Chicago. Após finalizar seu mestrado, realizou o PhD em economia no MIT e ainda foi além, fez dois pós-doutorados, um em matemática em Harvard e outro na área de ciências comportamentais na Universidade de Chicago. Em 1967, publicou o que hoje é considerado a bíblia do marketing, o livro: Administração de Marketing: Análise, planejamento e controle. Para Kotler, a administração de marketing não deve ser parte da estratégia de uma empresa, mas sim o centro dela.

#01. O marketing tradicional morreu

Segundo Kotler, o novo marketing gira em torno das mídias sociais. Não é segredo que as redes sociais, tais como Twitter, Facebook e Instagram trouxeram uma nova maneira das empresas se relacionarem com seus consumidores. Segundo o autor, no antigo marketing, os clientes só enxergavam o que a publicidade mostrava, porém hoje as pessoas buscam informações na internet e com seus contatos nas redes sociais. É certo dizer que nas mídias sociais existe uma gama muito maior de informação do que o que é mostrado nos comerciais.

#02. Nunca deixe de inovar

De acordo com Kotler, se você inovar constantemente terá inúmeros fracassos, porém se você não inovar em momento algum, sua empresa sairá do mapa, ou seja, não basta apenas ter uma cultura organizacional de inovação, mas sim mantê-la em constante atividade. Caso a empresa não mantenha essa postura, ela irá falir rapidamente. A KODAK é um exemplo recente de multinacional que se recusou a inovar devido ao grande valor investido na antiga tecnologia, e como consequência pediu concordata nos EUA.

#03. Trate seus consumidores como parte de seu negócio

Kotler defende veemente o marketing segmentado. Para ele, antigamente o marketing de massa era o meio mais fácil de se atingir o maior número de pessoas, porém agora é justamente o contrário. A principal tendência das empresas é o micromarketing ou como também é chamado o marketing de precisão. Nele as organizações buscam atingir um nicho específico de consumidor, conhecendo de perto seus clientes e suas necessidades. Os clientes precisam fazer parte do processo criativo e de desenvolvimento de novos produtos.

#04. Planeje o marketing, não o trate como um departamento

É certo pensar que o marketing é um departamento da sua empresa, mas com toda certeza ele não deve ser tratado apenas como isso. É importante entender que a comunicação integral é de extrema importância para a organização, e isso tem que começar de dentro da empresa. Os colaboradores precisam estar engajados e convencidos do valor da marca pela qual trabalham. Eles devem ser multiplicadores dessa valorização. Para Kotler, o marketing deve funcionar com interdependência e servir como suporte ao processo decisório.

#05. Marketing 3.0

Segundo Kotler, é o estado mais avançado do marketing atualmente. Nele as organizações estão empenhadas em vender seus produtos, mas também estão ao mesmo tempo buscando fazer do mundo um lugar melhor. Nesse estágio, as empresas apresentam três fatores essenciais, que são: produtos, serviços e valor. Para ele, o futuro das empresas precisa estar alinhado com essas diretrizes, pois entre o que é certo e lucrativo a escolha correta é o certo. A maioria das companhias se encontram no marketing 1.0 e não devem tentar "pular" para o marketing 3.0, mas sim crescer gradualmente até esse estágio.

#06. Construa uma marca de valor memóravel

De acordo com Kotler, uma marca forte não significa necessariamente uma marca durável. Para sobreviver à concorrência atual é essencial o trabalho de manutenção da marca. Ela precisa empolgar e envolver o consumidor. As marcas modernas precisam oferecer significado e autenticidade através de novos valores e uma ampla visão mercadológica. É preciso ter o algo mais, para se diferenciar da concorrência. Talvez esse seja o maior desafio do marketing atualmente, o ato de se sobressair quanto as demais. Um meio de se alcançar isso é proporcionar uma experiência única aos seus consumidores.

#07 Tenha presença online

Atualmente uma das maneiras mais fortes e duráveis de conquistar fãs é a capacidade de contar histórias envolventes e memoráveis, ou seja, fazer uso do Storytelling. Fazendo isso, a empresa estará tornando seus futuros clientes mais envolvidos e próximos de seu negócio. A melhor maneira de fazer isso é utilizando as redes sociais. As plataformas de mídias sociais estão dominando o marketing, e com certeza nenhuma empresa pode ficar de fora desse meio. Para Kotler, o mais importante não é buscar a venda através do Facebook ou Instagram, mas sim utilizá-los para construir relacionamentos.

Até a próxima administradores!

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Administração Científica: Resumo completo!

Administração Científica - A obra de Taylor


Administração Científica

O objetivo principal da escola da administração científica possui ênfase nas tarefas e atividades. A alcunha "científica" veio devido à tentativa de se aplicar métodos científicos (observação e mensuração) nas soluções dos problemas administrativos da época, a fim de se aumentar a eficiência e eficácia industrial. A escola clássica da administração científica teve início no começo do século passado pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor, que é considerado um dos primeiros autores sobre os estudos administração. Taylor proporcionou uma verdadeira revolução no mundo industrial de sua época, eliminando o fantasma do desperdício e elevando os níveis de produtividade nas indústrias.


Frederick Taylor, o fundador da administração científica, nasceu na Filadélfia - nos Estados Unidos. Foi educado com uma forte disciplina e devoção ao trabalho. Taylor iniciou sua carreira como operário na Midvale Steel, onde chegou ao cargo de engenheiro no mesmo momento em que se formou pelo Stevens Institute. Na época, ainda vigorava o sistema de pagamento por peça ou tarefa, que era um cabo de força entre patrões e operários, onde um lado procurava maximizar o lucro e o outro contrabalancear com baixo ritmo de produção. Foi justamente essa situação que levou Taylor a estudar o problema de produção, a fim de encontrar uma solução que atendesse ambas as partes.


Períodos da administração científica


Frederick Taylor - Administração Científica
1. Primeiro Período da administração científica: refere-se à época de publicação do livro Shop Management de Taylor. Nele o autor expôs técnicas de racionalização do trabalho do operário através do estudo de tempos e movimentos. A ideia de Taylor era começar pelo nível mais raso das organizações, ou seja, os operários de execução. Com eles, efetuou um extenso trabalho de análise das tarefas, decompondo os processos e movimentos a fim de aperfeiçoá-los, e com isso, aumentar a eficiência e eficácia nas atividades industriais da época.

Com o estudo, Taylor identificou que o operário médio produzia muito menos do que era capaz. Outra lógica conclusiva do estudo, foi que se o operário mais produtivo percebesse que obtém a mesma remuneração que seu colega menos produtivo, acabaria perdendo o interesse, se acomodando e deixando de produzir o total de sua capacidade. A partir disso, surgiu a necessidade de criar condições melhores de pagamento (conforme produtividade) ao operário que produzia mais. Para Taylor, o objetivo da administração seria o de pagar salários melhores e reduzir custos. Mas para isso deveriam ser utilizados métodos científicos na seleção e treinamento dos empregados.

2. Segundo Período da administração científica: é o período correspondente à publicação de outro livro de Taylor - o The Principles of Scientific Management, o qual indica que a racionalização do trabalho precisa ser acompanhada de uma estrutura consoante à aplicação dos seus princípios como um todo. A partir disso, ele desenvolveu seus estudos sobre a administração geral, que definiu posteriormente como administração científica, sem deixar de lado as preocupações com a tarefa do operário. Para o autor, as organizações e indústrias de sua época padeciam de três males: que eram a vadiagem sistemática dos operários, o desconhecimento sobre a rotina de trabalho e a falta de uniformidade dos métodos.


Administração Científica e a administração como ciência


Abordagem Administração Científica

A grande e principal mudança que veio com o movimento da administração científica, foi justamente a substituição do pensamento empírico, que era baseado apenas na experiência, pelo pensamento científico. Para Taylor, as organizações, indústrias e a própria administração de empresas deveria ser tratado com menos improvisação, cedendo lugar ao planejamento e à ciência. A ideia de Taylor era de que as organizações deveriam ser encaradas de maneira sistemática, existindo uma análise completa do trabalho, seus tempos e movimentos, padrões, treinamento, especializações, entre outros aspectos.

Para Frederick Taylor, deveria até mesmo ser obrigatório a existência de um setor exclusivo ao planejamento. A administração deveria ser executada de maneira metódica, organizando e estruturando a unidade de trabalho. Os principais elementos que tiveram aplicação na administração científica foram a padronização de máquinas e ferramentas, métodos e rotinas de tarefas e prêmios que visavam incentivar a produtividade. O maior objetivo da administração é o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e ao empregado, existindo uma identidade de interesses entre empregados e empregadores.

Administração Científica e a Organização Racional do Trabalho


Um dos pontos mais importantes identificados por Taylor na administração científica, foi o meio de aprendizado dos operários nas indústrias. Ele verificou que os operários aprendiam as atividades por meio da observação e orientação básica dos companheiros vizinhos. Como consequência, diversos métodos de execução eram criados para uma mesma tarefa. De maneira simples, foi justamente a busca pelo melhor método e ferramenta que criou a decomposição das tarefas em uma série ordenada de movimentos simples. Essa série recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho

1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos: o mais básico dos instrumentos para se racionalizar o trabalho dos operários era o estudo de tempos e movimentos. Nele a tarefa era dividida e subdividida, observando-se metodicamente a execução de cada operação e fazendo uso de um cronômetro para contabilizar o tempo gasto com a atividade. Na contabilidade do tempo, eram incluído o chamado tempo morto (para necessidades pessoais) e como resultado final, alcançava-se o tempo padrão

2. Estudo da fadiga humana: esse estudo tinha como principal objetivo evitar movimentos inúteis na execução de uma tarefa. Ele é baseado na fisiologia humana, a qual apresentava diminuição da produtividade, baixa qualidade do trabalho, perda de tempo, alta rotatividade e baixa capacidade de esforço quando afetada pelo fator da fadiga. Para reduzir a fadiga, foi projetado três princípios de economia de movimentos, que são: relativos ao corpo humano, ao material do local de trabalho e ao desempenho do equipamento. 

3. Divisão do trabalho e especialização do operário: conceito semelhante ao que fora trabalhado na teoria clássica da administração de Fayol. Como consequência da análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos, ocorreu uma reestruturação das operações industriais nos EUA, eliminando movimentos desnecessários, ao mesmo tempo em que se economizava energia e tempo dos colaboradores. Uma das finalidades do estudo dos tempos e movimentos foi a divisão do trabalho e a especialização do operário, a fim de elevar sua produtividade. Em suma, são funções específicas que otimizam a produção industrial.

4. Desenho de cargos e tarefas: é correto afirmar que a primeira tentativa de definir e estruturar cargos e tarefas ocorreu na administração científica. Nesse aspecto, as ideias de Taylor foram pioneiras. Pode-se considerar tarefa toda a atividade exercida por um funcionário dentro de uma organização. É considerada a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho. Já o cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica. Desenhar um cargo é o mesmo que especificar seu conteúdo. Essa ação permite: minimização dos custos de treinamento, redução de erros, facilidade de supervisão, entre outras vantagens.

5. Incentivos salariais e prêmios de produção: foi o principal método encontrado pelo movimento da administração científica para fazer com que o operário colabore com a empresa e trabalhe dentro dos padrões de tempos estabelecidos. Taylor e seus seguidores desenvolveram prêmios de produção e planos de incentivos salariais. O conceito principal era de que a remuneração deveria ser baseada na produção de cada operário, ao invés de ser paga mensalmente, diariamente ou por hora. Sendo assim, quem trabalhasse mais, ganharia mais (e vice-versa). A produção seria impulsionada por meio da motivação financeira.

6. Conceito de homo economicus: Um dos conceitos mais polêmicos da administração científica é o do homem econômico. No qual o homem procurava o trabalho não por amor ao mesmo, mas sim pelas recompensas salariais, econômicas e materiais. O trabalho era considerado um meio de ganhar a vida, ou até mesmo evitar a fome e a miséria. Dessa forma, uma vez que o colaborador fosse selecionado, ensinado, condicionado e remunerado, ele passaria a produzir o máximo dentro de sua capacidade. 

7. Condições de trabalho: um dos principais fatores verificados foi o da condição de trabalho (meio ambiente industrial). Foi observado que a eficiência não depende apenas do incentivo e do método, mas também de um conjunto de condições que garantam o bem estar do trabalhador. Esse fator além de contribuir para a produtividade, ajudava também na redução da fadiga e de outros aspectos negativos. As principais preocupações desse ponto foram: a adequação de instrumentos, arranjo físico, melhoria do ambiente físico e o projeto de instrumentos e equipamentos especializados.

8. Padronização: a administração científica e a organização racional do trabalho não se preocuparam apenas com a fadiga dos operários, análise do trabalho, incentivos salariais e o estudo dos tempos e movimentos. Esse movimento foi muito além desses fatores, passando a se preocupar também com a padronização dos processos e métodos de trabalho, estimulando a padronização das máquinas e equipamentos, ferramentas de trabalho e componentes, o que acabou favorecendo a redução do desperdício e o aumento da produtividade.

9. Supervisão funcional: era de conhecimento de todos que Taylor era contra a centralização da autoridade e por esse motivo era um defensor da supervisão funcional. Um dos pontos reforçados por esse princípio era de que a especialização do operário deveria ser acompanhada também da especialização do supervisor. Esse conceito trazia a ideia da existência de diversos supervisores, sendo cada um especializado em determinada área e com a menor variedade possível de funções. A administração funcional de Taylor foi considerada uma verdadeira revolução para os procedimentos administrativos e industriais da época.

Os Princípios da Administração Científica


Princípios da Administração Científica
A administração científica trouxe diversas melhorias para as indústrias da época, modificando todos os modelos do século XX. Seus principais princípios se baseiam no conceito e nos métodos científicos da administração de empresas e possuem como finalidade garantir o melhor custo/benefício aos sistemas produtivos. Abaixo listamos alguns dos princípios mais famosos do movimento.

> Princípios da administração científica de Taylor: para o principal nome da administração científica, existiam quatro princípios a serem seguidos pela gerência, sendo eles: planejamento, preparo, controle e execução. O planejamento seria o responsável por substituir o empirismo pela ciência e procedimentos científicos. O preparo deveria selecionar, capacitar e treinar cientificamente os trabalhadores, máquinas e equipamentos. Por fim o controle e a execução, seriam os responsáveis por monitorar o bom andamento das atividades, como também distribuir atribuições entre os trabalhadores para que a execução seja disciplinada e ordenada.

> Princípio da exceção: Frederick Taylor optou por um sistema de controle operacional simples, fundamentado na verificação dos excessos e desvios de padrões. Em síntese, o princípio da exceção na administração científica funcionava para que tudo ocorresse dentro dos padrões normais, sem tomar muito da atenção do operário ao exercer sua atividade. O supervisor seria o responsável por afastar os excessos e corrigi-los. Todos os desvios, sejam eles positivos ou negativos deveriam ser identificados e devidamente sanados.

> Princípios da eficiência de Emerson: Harrington Emerson foi um famoso engenheiro que simplificou os métodos tradicionais de trabalho. Ele popularizou a administração científica e foi o responsável por desenvolver os primeiros trabalhos  sobre seleção e treinamento. Suas principais ideias eram: traçar um plano bem definido, bom senso, oferecer orientação, disciplina, honestidade, manutenção de registros precisos, remunerações proporcionais, normas padronizadas, instruções precisas e incentivos visando o aumento da eficiência.

> Princípios básicos de Ford: considerado um dos principais nomes da administração científica, o empreendedor estadunidense Henry Ford iniciou sua vida como mecânico, fundando sua primeira fábrica em 1899, que logo depois foi fechada. Em 1903, fundou a Ford Motor Co., onde popularizou um produto que era destinado apenas à milionários. Entre 1905 e 1910, Ford foi o responsável pela principal inovação do século XX, a produção em massa. Esse conceito introduzia a produção do maior número de produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível.

Esse novo modelo teve grande impacto no modelo de negócio e nas indústrias da época. Ford também foi o responsável por estabelecer o salário mínimo e a jornada diária de oito horas. Em 1926 já possuía 88 fábricas e empregava cento e cinquenta mil pessoas, fabricando dois milhões de carros por ano. Ford instituiu três princípios básicos, que eram: intensificação (diminuição do tempo de produção e inserção do produto no mercado), economicidade (redução do volume de estoque) e a produtividade (que visava aumentar a capacidade de produção do homem por meio da especialização da linha de montagem).

Principais críticas à administração científica


Críticas à Administração Científica

1. Mecanicismo da administração científica: o movimento da administração científica focou todos os esforços na análise das tarefas, cargos e funções. Muito embora uma organização ou indústria seja constituída por pessoas, o movimento deu baixa importância para o elemento humano, fazendo com que a organização fosse vista como um sistema rígido e estático, ou seja, como uma máquina. Por esse motivo, a administração científica recebeu o título de "teoria da máquina", uma vez que tratava o operário como uma peça mecânica.

2. Superespecialização do operário: no caminho para alcançar a máxima eficiência, a administração científica de Taylor preconizava a especialização do operário por meio da divisão operacional em elementos constitutivos. As tarefas mais simples (resultado da divisão), poderiam ser facilmente ensinadas e com isso, tinha-se um grande ganho na capacidade do operário. Outro fator alcançado era a padronização do operário, já que o fracionamento da tarefa facilitava o padrão de sua execução.

3. Visão microscópica do homem: a administração científica visava os empregados de maneira individual, excluindo o fator humano e social de dentro das organizações. Para Taylor, a aceleração do trabalho só poderia ser obtida por meio da padronização dos métodos, da adoção dos instrumentos e das condições de trabalho. A ideia principal consistia numa estrutura administrativa monocrática, alienante em prol da obediência. A utilização dos operários limitou-se às tarefas e sua execução, abrangendo apenas as variáveis fisiológicas e esquecendo do fator social e humano (teoria fisiológica da organização).

4. Ausência de comprovação científica: o movimento da administração científica é bastante criticada por tentar criar uma ciência sem o cuidado de apresentar comprovação científica suficiente dos seus princípios e suposições. Colocando de outra maneira, Taylor e seus seguidores utilizaram pouquíssima pesquisa e experimentação para comprovar suas teses. Seu método concreto, baseado na evidência de dados singulares e observáveis.

5. Abordagem incompleta da organização: a teoria da administração científica de Taylor é considerada por muitos autores como incompleta, parcial e inacabada. Isso ocorre pelo fato da teoria se limitar apenas aos aspectos formais da organização, esquecendo os aspectos humanos da indústria e a organização informal. Esse "buraco" ignorava a vida social e as pessoas, tomando-as como indivíduos isolados, ao mesmo tempo que omitia a existência do conflito entre os objetivos individuais dos operários e os objetivos organizacionais.

6. Limitação do campo de aplicação: além de diversas restrições, muitas das quais foram apontadas ao longo desse texto, a administração científica também foi restrita em relação aos problemas de produção na fábrica, uma vez que não considerava os demais aspectos da vida da organização, como por exemplo, financeiro, logístico, comerciais, entre outros. Outro fator que limitava a administração científica era o desenho de cargas e tarefas, que se fundamentava na estabilidade e previsibilidade das operações.

7. Abordagem prescritiva e normativa: tratada como uma das principais características da administração científica. Existia no movimento, uma grande preocupação em relação aos princípios normativos, que visavam a padronização de situações e a maneira como elas deveriam ser administradas. Muitos consideram como uma abordagem de soluções enlatadas e desgastadas, com pouquíssimo ou quase nenhum dinamismo. Para os críticos a organização deveria funcionar e produzir aos invés de explicar o próprio funcionamento.

8. Abordagem do sistema fechado: a teoria da administração científica visualiza as organizações como se elas fossem entidades autônomas e fechadas para qualquer influência externa. Muitos dos críticos enxergavam a teoria apresentada por Taylor como uma abordagem de sistema fechado que era caracterizada pelo fato de visualizar somente aquilo que acontece dentro de uma organização, sem levar em conta o que acontece fora dela (ambiente externo). Outro ponto era que a administração científica considerava poucas variáveis dentro de uma organização, excluindo variantes consideradas menos importantes.


Conclusão - Administração Científica


Pode-se dizer que foi com a administração científica que tivemos início da luta incansável pela produtividade, que representava o total de produtos obtida no processo e a quantidade necessária de insumo para sua obtenção. O fator mais importante é de que o movimento da administração científica, através da redução do desperdício (seja de tempo, esforço ou produção), mostrou uma nova maneira de aumentar o lucro das empresas da época. Apesar da enorme quantidade de críticas (apontadas acima), a administração científica criou uma forte tendência, a qual tornou Frederick Taylor um dos principais nomes do século XX.


Em resumo, a teoria científica constitui a primeira abordagem da administração de empresas, sendo a primeira à trazer métodos e modelos científicos à disciplina. Foi justamente através de experiências concretas de análise e observação que foi possível a existência de vários princípios administrativos que são aplicados até hoje dentro das empresas e indústrias. Taylor, Ford e seus seguidores buscaram a eliminação da ociosidade, do desperdício, incentivos, entre outros aspectos que assegurassem o aumento da eficiência e eficácia das atividades. É certo dizer que a administração científica foi de grande contribuição para os trabalhadores e empresas do mundo em que vivemos atualmente.

Bom é isso pessoal. Até a próxima!

Autor: Filipe Bezerra
Referências Bibliográficas:
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier, 2004.

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Princípio de Pareto: O que é e como funciona?

Origem do princípio de pareto


Princípio de Pareto

O princípio de pareto, também conhecido por regra oitenta-vinte, afirma que para uma determinada quantidade de eventos, aproximadamente 80% dos problemas decorrem apenas de 20% das causas. O criador do princípio, Joseph Moses Juran, o nomeou em homenagem ao economista italiano Vilfredo Pareto, que observou em seus estudos, que apenas 20% da população dos mais ricos de seu país, detinham um total de 80% da riqueza. Quando voltada aos negócios, é considerada uma rule thumb, onde 80% das vendas é proveniente de 20% dos clientes. Trata-se de um conceito que trabalha com múltiplos eventos.


Esse princípio é aplicável à maioria das empresas e negócios. Ele auxilia o administrador na compreensão da principal causa de um problema, a chamada causa raiz. Dessa maneira, o princípio de pareto fornece dados suficientes para o administrador focar a maior parcela de seus esforços na sua resolução, fazendo com que o problema que ocasiona a maior parte dos danos ao seu negócio seja sanado. O princípio de pareto afirma que existe um desequilíbrio entre as causas e seus efeitos, esforços e resultados, ações e objetivos. Ele considera que uma minoria de ações pode trazer a maior parte dos resultados e vice-versa.



Como funciona o princípio de pareto?


Princípio de pareto - Tabela prática

Quando você começa a observar o padrão encontrado por Vilfredo Pareto, você percebe que ele existe em muitas outras áreas da vida, fora o ambiente de negócios e a economia. Quanto maior o número de previsões que uma teoria faz, maior a chance de que elas sejam facilmente testáveis. Contudo, a não linearidade do princípio de pareto pode ser bem confusa as vezes. Por exemplo, apenas 3% da população do planeta detém 97% de toda sua riqueza. Esse é um dos muitos exemplos que saem da curva do princípio 80/20. Por isso, colocamos nos dois pontos abaixo uma rápida explicação sobre como funciona o princípio de pareto.

#01. Primeiramente, é importante ter consciência de quais dados, processos ou atividade você deseja realizar a análise. Você deve selecionar um padrão específico e escolher o período de tempo a ser analisado. Após , é necessário elaborar uma planilha simples, de 5 colunas, que são: categoria (problema), quantidade (valores individuais), total acumulado, porcentagens e porcentagens acumuladas (conforme imagem acima). Os problemas devem ser listados em ordem decrescente de acordo com a quantidade individual.

#02. Todas as informações coletadas acima, serão colocadas em um gráfico - conhecido por diagrama de pareto. Dessa forma, o princípio traz de maneira clara, qual o principal problema a ser trabalhado. O valor percentual será encontrado ao dividir a quantidade individual pelo total acumulado (ex: 200), e a porcentagem acumulada é a soma da porcentagem anterior com a próxima. Em posse dessas informações e após colocar os dados em ordem decrescente, é possível criar a curva ABC, que é a representação gráfica do princípio de pareto.

Conclusão - Princípio de Pareto


Como falamos ao longo do texto, o princípio de pareto não é um método exclusivo da economia, uma vez que ele pode ser aplicado em diversos aspectos e áreas de um negócio. Na área das vendas, temos o exemplo de Timothy Ferris, um escritor e empresário americano, que em 2017 lançou o livro "4 horas por semana", no qual expôs como concentrou seus esforços em apenas 5 clientes (de 120), que correspondiam à 80% de sua receita. Dessa maneira, ele conseguiu dobrar sua receita mensal, ao mesmo tempo em que diminuiu seu tempo de trabalho de 80 para 15 horas semanais.


Outro aspecto importante do princípio de pareto é você não deve enxergar os 80% de baixo retorno como um fator negativo, mas sim como uma oportunidade para entender o por quê do baixo retorno. O princípio de pareto nos ajuda a focar no principal problema, como também perceber as lacunas deixadas pelos outros fatores. Se ao trabalhar nos demais e mesmo assim não adquirir nenhum retorno, seja implacável, descarte e parta para o próximo. Você precisa encontrar as entradas que produzem os melhores resultados e concentrar a maior parte de sua energia trabalhando em cima deles. Use o princípio de pareto a seu favor!

Até a próxima pessoal!

Autor: Filipe Bezerra
Referências Bibliográficas:
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier, 2004.
PARETO, Vilfredo. Manual of political economy. Scholars Book Shelf: Cons. em 21/07/2017.

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Ferramentas da Qualidade: Conceito e aplicação

As sete ferramentas da qualidade


Ferramentas da Qualidade

É sabido que em toda empresa e indústria existe um tema que é considerado de vital importância - a qualidade. Tanto a qualidade total, quanto o controle total da qualidade fazem menção à sete ferramentas da qualidade que são essenciais no desenvolvimento de toda atividade. Essas ferramentas são responsáveis por mensurar e analisar os processos e procedimentos das empresas, a fim de estimular resoluções para os problemas encontrados. As ferramentas da qualidade possuem como principal finalidade a medida preventiva, auxiliando as organizações à se anteciparem aos problemas que possam vim a ocorrer.


Pode-se dizer que desde a década de 50, as organizações e a sociedade passa por uma profunda transformação. Nunca na história a qualidade dos produtos e serviços foi tão discutida, analisada e aplicada como vem sendo feito desde então. Grandes autores como William E. Deming, Kaoru Ishikawa e Walter Shewart foram alguns dos nomes que ajudaram a desenvolver as ferramentas da qualidade. Elas são ferramentas que proporcionam um maior controle sobre os processos e também sobre a tomada de decisão, propondo soluções aos problemas identificados e estabelecendo medidas de melhorias nos serviços e processos.


Quais são as sete ferramentas da qualidade? 


As sete ferramentas da qualidade

1. Histograma: Trata-se de um gráfico de barras que auxilia na visualização e entendimento das variáveis de um problema. O histograma é uma ferramenta da qualidade que também ajuda a identificar as causas de um problema, apresentando sua distribuição de dados em forma de barras. Por esse motivo, o histograma também é bastante conhecido como diagrama de frequências ou distribuição de frequências, na qual a base das barras corresponde ao intervalo de classe e a altura delas à sua respectiva frequência.

2. Fluxograma: Uma excelente ferramenta da qualidade, o fluxograma de processo auxilia na visualização da estrutura e na representação de um processo. Ele utiliza de símbolos gráficos para descrever o meio de funcionamento do processo, seu fluxo e natureza. O principal objetivo do fluxograma é o de mostrar de maneira simples as etapas de um processo, seu fluxo de informações e elementos. Muitos o confundem com um organograma, porém ele possui uma característica mais flexível e dinâmica, com início, meio e fim. Os símbolos inseridos nele, são utilizados para determinar suas etapas e situações.

3. Diagrama de Pareto: Utiliza do princípio 80/20, ou como também é conhecido, princípio de pareto. Essa ferramenta da qualidade é um recurso gráfico que auxilia na visualização mais eficiente de um problema, a fim de classificá-lo, colocando todos os problemas existentes em ordem de importância. Trata-se de uma ótima ferramenta, pois com o diagrama de pareto torna-se muito mais fácil identificar quais problemas são realmente importantes. A maioria das empresas utilizam o diagrama para determinar onde seus principais esforços serão colocados.

4. Diagrama de dispersão: Considerado uma das mais difíceis ferramentas da qualidade. O diagrama ou gráfico de dispersão (como também é conhecido) é um método de análise que possibilita verificar a existência de correlação entre duas variáveis de natureza quantitativa. Ele possibilita visualizar o padrão de relacionamento entre variáveis que possam ser medidas, tais como: hora, intensidade, volume, velocidade, temperatura, pressão, etc.

5. Carta de controle: Ou Controle Estatístico de Processo. Trata-se de uma ferramenta da qualidade que torna possível monitorar o quão estável é um processo. Além da estabilidade, a carta de controle também mostra as variações desse processo, verificando se determinada atividade está sob controle ou não. É bastante utilizada na apresentação do comportamento e de tendências em um determinado período de tempo. O gráfico de controle se baseia na estatística para mostrar os desvios padrões que estão acima e abaixo da média, uma vez que passando desses limites, o processo é considerado como instável ou fora de controle.

6. Folha de Verificação: É uma das ferramentas da qualidade que auxilia o administrador na apresentação do histórico e do padrão das variações de um processo. A folha de verificação é bastante utilizada logo no início dos processos, a fim de recolher o máximo de informações e dados possíveis e identificar problemas que possam vim a ocorrer. A ferramente é composta de tabelas ou planilhas que procuram facilitar a coleta e observação de dados recolhidos, bem como verificar se as variações resultaram em melhoria ou não.

7. Diagrama de IshikawaUma das principais dentre as sete ferramentas da qualidade. É conhecido também por diagrama de causa e efeito, ou gráfico da espinha de peixe. Foi uma metodologia elaborada por Kaoru Ishikawa e busca entender a relação entre um efeito (problema) e todos as suas causas (o motivo pelo qual ocorrem). É utilizada para listar os efeitos, estes por sua vez podem apresentar mais de uma única causa e por isso ficam distribuídos em mais de uma categoria. As categorias são divididas entre os 6Ms, que são: o método, a mão de obra, material, meio ambiente, a medida e a máquina. 

Vantagens ao utilizar as ferramentas da qualidade


As ferramentas da qualidade podem apresentar diversos benefícios em sua utilização. As empresas atualmente contam com um grande acervo métodos, técnicas e ferramentas que auxiliam e facilitam as atividades diárias, elevando a qualidade da execução e dos dados apresentados nos projetos, serviços e produtos. É certo dizer que as ferramentas das qualidade contribuem significativamente para a diminuição dos desperdícios e dos custos operacionais, ao mesmo tempo que aumenta a celeridade na execução das atividades.

Antes de se iniciar qualquer atividade, processo ou projeto é fundamental que exista um planejamento prévio e bem estruturado, a fim de identificar possíveis falhas e problemas futuros. Pode-se dizer que este seria o cenário ideal, mas que apenas algumas grandes empresas, realmente comprometidas com a qualidade, fazem uso. Como vimos ao longo do texto, é importante que o administrador tenha em mente que cada uma das sete ferramentas da qualidade possui a maneira certa de ser utilizada, e isso irá depender do problema a ser resolvido, da informação a ser coletada e do tipo de processo a ser trabalhado.

Outras ferramentas de suporte à qualidade


Ferramentas de suporte à qualidade

1. PDCATrata-se de uma ferramenta da qualidade que é aplicada de maneira sucessiva nos processos e atividades, a fim de alcançar a solução definitiva dos problemas e a melhoria contínua. O Ciclo PDCA é uma das ferramentas mais conhecidas e utilizadas no ambiente corporativo, possuindo uma abordagem abrangente e aplicável em diversas situações. Ele composto de quatro etapas, que são: planejamento (plan), fazer (do), checagem (check), agir (act). Ao final da última etapa, é recomendado o reinício do ciclo, uma vez que seu principal objetivo é alcançar a melhoria continuada e ininterrupta do processo.

2. Análise SWOT: Uma das melhores ferramentas organizacionais. Assim como o PDCA, é considerada uma das mais famosas ferramentas da qualidade. A análise SWOT, ou ainda Matriz SWOT como também é conhecida, é utilizada para fazer análises de ambientes (internos ou externos), que auxiliam a gestão e o planejamento estratégico de uma organização. O termo SWOT é uma sigla oriunda do inglês, que significa respectivamente: força (strenghts), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats).

3. Matriz GUT: Trata-se de uma excelente ferramenta que auxilia a priorização e solução de problemas. A Matriz GUT serve para classificar os problemas que a organização observa como prioritários, de acordo com a gravidade, urgência e tendência daqueles problemas. Ela possui a finalidade de avaliar de maneira quantitativa os problemas, priorizando ações corretivas e preventivas. Segundo a Matriz GUT, a gravidade mede a intensidade do problema, a urgência mede a pressão para resolver o problema e a tendência mede o padrão de comportamento, ou seja, se o problema tende a crescer ou reduzir.

4. Matriz BCG: Trata-se de uma excelente maneira de se fazer análise de portfólio de produtos (ou serviços), fornecendo uma análise clara sobre o ciclo de vida deles. Essa ferramente auxilia na otimização da carteira de produtos e serviços da empresa, priorizando aqueles que apresentam maior potencial de lucro para a companhia. A representação gráfica da Matriz BCG favorece de maneira ampla a compreensão sobre os produtos, ajudando na definição de estratégias elaboradas e específicas para cada um deles.

5. Seis Sigma: Não se trata necessariamente de uma ferramenta da qualidade, mas sim de uma abordagem ou metodologia que visa aumentar a qualidade e, consequentemente, a otimizar os processos de uma organização. Quando falamos sobre qualidade, a metodologia seis sigma, junto com as ferramentas da qualidade são de extrema suma, pois trabalham em conjunto resolvendo problemas, reduzindo desperdícios e aumentando a produtividade e satisfação dos clientes. O seis sigma faz uso da estatística e da análise de dados para eliminar defeitos e não conformidades de um produto e/ou serviço.

6. 5W2H: ferramenta que reflete um checklist de atividades específicas, de maior importância para a empresa. Sua sigla faz referência à cinco palavras em inglês que significam: what (o que será feito?), why (por quê será feito?), where (onde será feito?), when (quando será feito?), who (responsável por fazer), how (como será feito?) e how much (quando irá custar?). Ou seja, é uma metodologia que busca a resposta concisa para essas cinco perguntas. Dessa forma, a execução da atividade ou processo ocorre de maneira mais clara e objetiva.

7. Kaizen: Também não se trata de uma ferramenta da qualidade, mas sim de uma filosofia que teve origem no Japão. Kaizen, significa em tradução literal "mudança para melhor". Seu conceito teve origem nas indústrias japonesas, surgindo após a Segunda Guerra Mundial. Um dos grandes responsáveis por esse método, é o professor Masaaki Imai, considerado o pai do Kaizen e fundador do Kaizen Institute. O principal lema da filosofia é "hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje". O Sistema Toyota de Produção é famoso pela aplicação da filosofia Kaizen em seus processos. Em resumo, é uma metodologia que busca a redução de custos e o aumento da produtividade através da melhoria contínua.

Conclusão - Ferramentas da qualidade


Recapitulando, as ferramentas da qualidade são técnicas ou instrumentos que possuem a finalidade de definir, mensurar, e propor soluções para problemas que afetam as atividades, processos, produtos e serviços de uma organização. Como vimos ao longo do texto, elas foram estruturadas a partir da década de 50, com base em práticas e conceitos já existentes. O uso das ferramentas da qualidade é de grande ajuda para os gestores e sistemas de gestão, uma vez que fazem uso da estatística e de dados analíticos que auxiliam os processos e procedimentos organizacionais, na busca por melhores resultados.


Em resumo, as sete ferramentas da qualidade mais conhecidas são o diagrama de pareto, diagrama de ishikawa, o diagrama de dispersão, a folha de verificação, o histograma, o fluxograma e a carta de controle. Juntas, essas sete ferramentas fazem parte de um grupo específico de métodos estatísticos elementares. O cenário ideal é que todos os colaboradores da empresa tenham conhecimento e façam uso das ferramentas da qualidade, a fim de otimizarem seus processos e atividades ao nível mais próximo da excelência. Quando devidamente aplicadas, as ferramentas possuem a capacidade de elevar os níveis de qualidade da organização, melhorando projetos, serviços e produtos, ao mesmo tempo que ao mesmo tempo que aumentam a capacidade competitiva da companhia.

Até a próxima pessoal!

Autor: Rafaela Sales
Referências Bibliográficas:
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier, 2004.
PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre Reis. Administração da produção. UnicenP, 2007.

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