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O Processo Decisório nas Organizações

O Processo Decisório (Contextualização)


O Processo Decisório

Atualmente podemos afirmar que o cenário econômico e as organizações nele inseridas se modificam constantemente, ou seja, estão em constante evolução. Tal fato aumenta o impacto da influência que ambos exercem um sobre o outro, assim como as suas consequências. Diante dessa conjuntura, é necessário o administrador permanecer alerta em relação aos ambientes interno e externo da organização, para que ele possa obter a escolha mais eficaz e simétrica em relação à realidade organizacional da qual faz parte. O tomador de decisões precisa estar motivado pela necessidade de prever e controlar um complexo de sistemas correlacionados, pois quanto melhor seu entendimento, melhor será sua decisão.


Um processo organizacional considerado de grande relevância para um gerenciamento eficaz das organizações é o chamado processo decisório. O processo decisório é o poder de escolher, em determinada circunstância, o caminho mais adequado para a empresa. Para que um negócio ganhe em termos de Estratégia Competitiva é necessário que ele alcance um desempenho superior aos demais concorrentes, e para tanto, a organização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as decisões certas. Um processo de decisão inicia-se pela identificação das necessidades, em conjunto com um planejamento que envolve uma tomada de decisão mais estruturada, ou de maneira mais pragmática.


Natureza do processo decisório


Fases do Processo Decisório

O estudo do processo decisório tem evoluído desde os anos de 1940. Isso se deve, principalmente, ao crescente conhecimento dos problemas aplicados, ao desenvolvimento de novas técnicas administrativas e à absorção de novos procedimentos quantitativos oriundos da matemática e da pesquisa operacional. A Teoria das Decisões nasceu de Herbert Simon, que a utilizou para explicar o comportamento humano nas organizações. Em seu livro, O Comportamento Administrativo (1970), ele afirma que a Teoria Comportamental concebeu às organizações um sistema de decisões, no qual cada pessoa participa conscientemente, tomando decisões racionais à respeito de seu comportamento.

Herbert Simon (1916-2001), estudou a administração sob a perspectiva do processo de tomar decisões. De acordo com ele, administrar um negócio é sinônimo de tomar decisões, especialmente quando se trata de ações gerenciais. Através desse ponto de vista, ele isolou o aspecto de trabalho gerencial, ampliando seu campo de estudo. Segundo o próprio autor, o processo de tomar decisões possui três fases no total: prospecção (análise de um problema ou situação que requer solução), concepção (criação de alternativas de solução para o problema ou situação) e decisão (julgamento e escolha de uma das alternativa propostas).

O homem econômico, de acordo com Simon, busca a maximização dos ganhos por meio da racionalidade. Ainda segundo ele, a racionalidade é limitada e ineficiente, e por isso Simon propôs um modelo distinto - o do homem administrativo. Nesse modelo, as decisões tendem a ser satisfatórias ao invés de maximizadas. As decisões satisfatórias são aquelas que atendem aos requisitos mínimos desejados, fazendo com que os administradores sejam guiados pela regra de que qualquer decisão serve, desde que consiga resolver o problema. Vale ressaltar que, a tomada de decisão não é tarefa única dos gerentes, mas sim de todos os níveis da empresa, pois todos precisam saber tomar decisões de maneira efetiva.

Os principais tipos de decisão (do processo decisório)


Simon distingue dois tipos de decisões: as programadas e as não programadas. As decisões programadas são caracterizadas por serem repetitivas, rotineiras e estruturadas (tomadas automaticamente). São as decisões automatizadas, sequenciais que não necessitam da intervenção do decisor. Geralmente, são bastante previsíveis, apresentando soluções para problemas rotineiro, sendo ainda possíveis de serem incorporados em um sistema de informação. Dentre os principais exemplos, nós podemos citar o hábito, a rotina, os manuais de instruções e operações padronizadas como formas de tomar decisões programadas. 

As decisões não programadas não dispõem de soluções automáticas, uma vez que são desestruturadas. São as decisões não automatizadas que dependem da solução do decisor. O lançamento de novos produtos, a redução do quadro de funcionários e uma mudança na sede da empresa são exemplos de decisões não programadas. Para lidar com essas decisões, o autor indica que os gerentes devem ser capazes de desenvolver sua capacidade de julgamento, intuição e criatividade. Para ele, o desenvolvimento dessas habilidades permitiria aos gerentes lidar de forma mais eficiente contra as complexidades das decisões.

Alguns autores ainda levam em conta as chamadas decisões semi-programadas (ou semi-estruturadas). Esse tipo de decisão pode ser sistematizada até certo ponto, dependendo de estruturas mais complexas do sistema de informação para que os resultados esperados de cada alternativa de escolha sejam selecionados de forma otimizada, a partir dos mesmos critérios. Nessas situações, parte do problema pode ser incorporada ao sistema de apoio às decisões e parte não. Geralmente, quando variáveis interferem no processo de decisão, é o momento em que entra em cena a capacidade de julgamento do administrador (citada por Simon), dependendo, principalmente, de sua experiência com o contexto do problema.

Técnicas e Ferramentas de apoio ao processo decisório


A função de decisão está essencialmente ligada às posições gerenciais, ou seja, aos berços da liderança organizacional. Para diversos autores, a liderança é importante para a eficácia das organizações, tendo sempre em vista as frequentes turbulências e mudanças do cenário econômico em geral. Havemos de concordar que a autoridade pode ser suficiente em épocas de estabilidade, porém, num ambiente em constante transformação é preciso haver liderança, pois ela é a força direcionadora que torna possível a permanência das organizações nesse contexto. Para isso, também é fundamental que o líder conheça bem a área de negócios que a empresa está inserida, antes de tomar medidas que afetem o desempenho da companhia..

Para auxiliar o processo decisório, existem diversas técnicas e ferramentas que contribuem para uma melhor tomada de decisão. Como ferramentas, podemos citar os sistemas de informação, que a partir dos anos 70 e início da década de 80, passaram a ser aceitos como capacitor do controle gerencial, auxiliando na tomada de decisão de gerentes e executivos em vários tipos e níveis de problemas. Nós já falamos sobre a administração de sistemas e os principais tipos sistemas de informação, assim como as vantagens que cada um proporciona (você pode dar uma conferida no link destacado). O processo decisório é a capacidade de escolher o caminho mais adequado diante de uma determinada circunstância, e os sistemas de informação são essenciais para atingir esse objetivo.

É importante lembrar também, que cada vez mais as empresas e, principalmente, seus gestores buscam o auxilio de técnicas para aprimorar e reforçar a tomada de decisão. Essas técnicas corporativas permitem visualizar cenários e problemas de forma prática e precisa, ao mesmo tempo em que melhoram os aspectos do processo decisório e do contexto da própria organização. Dentre as técnicas mais conhecidas atualmente nós temos: a análise SWOT, a prospecção de cenários, a Matriz GUT, o Brainstorm e a espinha de peixe (diagrama de ishikawa), e a Matriz BCG. Todas essas técnicas vem sendo bastante utilizadas pelas empresas modernas como forma de auxílio ao processo decisório.

Conclusão - O Processo Decisório nas Organizações


Recapitulando pode-se dizer que toda organização é um sistema de decisões, onde todos os seus integrantes (independente da hierarquia) estão continuamente tomando alguma decisão, seja de forma racional ou não. Dessa forma, é praticamente impossível pensar em uma companhia sem considerar a ocorrência constante do processo decisório. De forma resumida, tomar decisões é o processo de escolher uma dentre um conjunto de alternativas, cabendo ao tomador da decisão, reconhecer e diagnosticar a situação, gerar e analisar alternativas, selecionar a melhor delas, implementá-la e avaliar seus resultados.


As decisões são estágios para diversos problemas, e sua complexidade é demasiadamente ampliada pela ambiguidade de um processo decisório deficiente e ineficaz. O pressuposto básico dessa afirmação é que o processo decisório envolve diferentes tipos de decisão, e em resumo, o processo decisório é uma questão de múltiplas variáveis. Alguns autores consideram a possibilidade das decisões também serem influenciadas por outros fatores (internos e externos), como outras organizações, legislações, clientes e fornecedores por exemplo, o que agrava e dificulta ainda mais o processo de tomada de decisão.

Considerando o ambiente das organizações, no qual diversas mudanças motivadas pelo atual cenário econômico vêm ocorrendo, podemos analisar algumas tendências se destacando em relação à tomada de decisão, tais como: o estudo da concorrência, análise de cenários globalizados, uso expansivo de tecnologias da informação, assim como outras atividades que visam melhorar e facilitar a tomada de decisão. Portanto, conseguimos perceber um pouco da importância do processo decisório nas organizações, concluindo que se trata de uma peça fundamental para os gerentes, assim como para as organizações modernas que desejam se manter competitivas e atuantes no seu mercado ou segmento..

Até a próxima pessoal!

Autor: Rafaela Sales
Referências Bibliográficas:
RIBEIRO, Antonio. Teorias da Administração. Saraiva, 2003.
SIMON, Hebert. A Capacidade de Decisão e Liderança. Fundo de cultura, 1963.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier, 2004.

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