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Administração Científica: Resumo completo!

Administração Científica - A obra de Taylor


Administração Científica

O objetivo principal da escola da administração científica possui ênfase nas tarefas e atividades. A alcunha "científica" veio devido à tentativa de se aplicar métodos científicos (observação e mensuração) nas soluções dos problemas administrativos da época, a fim de se aumentar a eficiência e eficácia industrial. A escola clássica da administração científica teve início no começo do século passado pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor, que é considerado um dos primeiros autores sobre os estudos administração. Taylor proporcionou uma verdadeira revolução no mundo industrial de sua época, eliminando o fantasma do desperdício e elevando os níveis de produtividade nas indústrias.


Frederick Taylor, o fundador da administração científica, nasceu na Filadélfia - nos Estados Unidos. Foi educado com uma forte disciplina e devoção ao trabalho. Taylor iniciou sua carreira como operário na Midvale Steel, onde chegou ao cargo de engenheiro no mesmo momento em que se formou pelo Stevens Institute. Na época, ainda vigorava o sistema de pagamento por peça ou tarefa, que era um cabo de força entre patrões e operários, onde um lado procurava maximizar o lucro e o outro contrabalancear com baixo ritmo de produção. Foi justamente essa situação que levou Taylor a estudar o problema de produção, a fim de encontrar uma solução que atendesse ambas as partes.


Períodos da administração científica


Frederick Taylor - Administração Científica
1. Primeiro Período da administração científica: refere-se à época de publicação do livro Shop Management de Taylor. Nele o autor expôs técnicas de racionalização do trabalho do operário através do estudo de tempos e movimentos. A ideia de Taylor era começar pelo nível mais raso das organizações, ou seja, os operários de execução. Com eles, efetuou um extenso trabalho de análise das tarefas, decompondo os processos e movimentos a fim de aperfeiçoá-los, e com isso, aumentar a eficiência e eficácia nas atividades industriais da época.

Com o estudo, Taylor identificou que o operário médio produzia muito menos do que era capaz. Outra lógica conclusiva do estudo, foi que se o operário mais produtivo percebesse que obtém a mesma remuneração que seu colega menos produtivo, acabaria perdendo o interesse, se acomodando e deixando de produzir o total de sua capacidade. A partir disso, surgiu a necessidade de criar condições melhores de pagamento (conforme produtividade) ao operário que produzia mais. Para Taylor, o objetivo da administração seria o de pagar salários melhores e reduzir custos. Mas para isso deveriam ser utilizados métodos científicos na seleção e treinamento dos empregados.

2. Segundo Período da administração científica: é o período correspondente à publicação de outro livro de Taylor - o The Principles of Scientific Management, o qual indica que a racionalização do trabalho precisa ser acompanhada de uma estrutura consoante à aplicação dos seus princípios como um todo. A partir disso, ele desenvolveu seus estudos sobre a administração geral, que definiu posteriormente como administração científica, sem deixar de lado as preocupações com a tarefa do operário. Para o autor, as organizações e indústrias de sua época padeciam de três males: que eram a vadiagem sistemática dos operários, o desconhecimento sobre a rotina de trabalho e a falta de uniformidade dos métodos.


Administração Científica e a administração como ciência


Abordagem Administração Científica

A grande e principal mudança que veio com o movimento da administração científica, foi justamente a substituição do pensamento empírico, que era baseado apenas na experiência, pelo pensamento científico. Para Taylor, as organizações, indústrias e a própria administração de empresas deveria ser tratado com menos improvisação, cedendo lugar ao planejamento e à ciência. A ideia de Taylor era de que as organizações deveriam ser encaradas de maneira sistemática, existindo uma análise completa do trabalho, seus tempos e movimentos, padrões, treinamento, especializações, entre outros aspectos.

Para Frederick Taylor, deveria até mesmo ser obrigatório a existência de um setor exclusivo ao planejamento. A administração deveria ser executada de maneira metódica, organizando e estruturando a unidade de trabalho. Os principais elementos que tiveram aplicação na administração científica foram a padronização de máquinas e ferramentas, métodos e rotinas de tarefas e prêmios que visavam incentivar a produtividade. O maior objetivo da administração é o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e ao empregado, existindo uma identidade de interesses entre empregados e empregadores.

Administração Científica e a Organização Racional do Trabalho


Um dos pontos mais importantes identificados por Taylor na administração científica, foi o meio de aprendizado dos operários nas indústrias. Ele verificou que os operários aprendiam as atividades por meio da observação e orientação básica dos companheiros vizinhos. Como consequência, diversos métodos de execução eram criados para uma mesma tarefa. De maneira simples, foi justamente a busca pelo melhor método e ferramenta que criou a decomposição das tarefas em uma série ordenada de movimentos simples. Essa série recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho

1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos: o mais básico dos instrumentos para se racionalizar o trabalho dos operários era o estudo de tempos e movimentos. Nele a tarefa era dividida e subdividida, observando-se metodicamente a execução de cada operação e fazendo uso de um cronômetro para contabilizar o tempo gasto com a atividade. Na contabilidade do tempo, eram incluído o chamado tempo morto (para necessidades pessoais) e como resultado final, alcançava-se o tempo padrão

2. Estudo da fadiga humana: esse estudo tinha como principal objetivo evitar movimentos inúteis na execução de uma tarefa. Ele é baseado na fisiologia humana, a qual apresentava diminuição da produtividade, baixa qualidade do trabalho, perda de tempo, alta rotatividade e baixa capacidade de esforço quando afetada pelo fator da fadiga. Para reduzir a fadiga, foi projetado três princípios de economia de movimentos, que são: relativos ao corpo humano, ao material do local de trabalho e ao desempenho do equipamento. 

3. Divisão do trabalho e especialização do operário: conceito semelhante ao que fora trabalhado na teoria clássica da administração de Fayol. Como consequência da análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos, ocorreu uma reestruturação das operações industriais nos EUA, eliminando movimentos desnecessários, ao mesmo tempo em que se economizava energia e tempo dos colaboradores. Uma das finalidades do estudo dos tempos e movimentos foi a divisão do trabalho e a especialização do operário, a fim de elevar sua produtividade. Em suma, são funções específicas que otimizam a produção industrial.

4. Desenho de cargos e tarefas: é correto afirmar que a primeira tentativa de definir e estruturar cargos e tarefas ocorreu na administração científica. Nesse aspecto, as ideias de Taylor foram pioneiras. Pode-se considerar tarefa toda a atividade exercida por um funcionário dentro de uma organização. É considerada a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho. Já o cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica. Desenhar um cargo é o mesmo que especificar seu conteúdo. Essa ação permite: minimização dos custos de treinamento, redução de erros, facilidade de supervisão, entre outras vantagens.

5. Incentivos salariais e prêmios de produção: foi o principal método encontrado pelo movimento da administração científica para fazer com que o operário colabore com a empresa e trabalhe dentro dos padrões de tempos estabelecidos. Taylor e seus seguidores desenvolveram prêmios de produção e planos de incentivos salariais. O conceito principal era de que a remuneração deveria ser baseada na produção de cada operário, ao invés de ser paga mensalmente, diariamente ou por hora. Sendo assim, quem trabalhasse mais, ganharia mais (e vice-versa). A produção seria impulsionada por meio da motivação financeira.

6. Conceito de homo economicus: Um dos conceitos mais polêmicos da administração científica é o do homem econômico. No qual o homem procurava o trabalho não por amor ao mesmo, mas sim pelas recompensas salariais, econômicas e materiais. O trabalho era considerado um meio de ganhar a vida, ou até mesmo evitar a fome e a miséria. Dessa forma, uma vez que o colaborador fosse selecionado, ensinado, condicionado e remunerado, ele passaria a produzir o máximo dentro de sua capacidade. 

7. Condições de trabalho: um dos principais fatores verificados foi o da condição de trabalho (meio ambiente industrial). Foi observado que a eficiência não depende apenas do incentivo e do método, mas também de um conjunto de condições que garantam o bem estar do trabalhador. Esse fator além de contribuir para a produtividade, ajudava também na redução da fadiga e de outros aspectos negativos. As principais preocupações desse ponto foram: a adequação de instrumentos, arranjo físico, melhoria do ambiente físico e o projeto de instrumentos e equipamentos especializados.

8. Padronização: a administração científica e a organização racional do trabalho não se preocuparam apenas com a fadiga dos operários, análise do trabalho, incentivos salariais e o estudo dos tempos e movimentos. Esse movimento foi muito além desses fatores, passando a se preocupar também com a padronização dos processos e métodos de trabalho, estimulando a padronização das máquinas e equipamentos, ferramentas de trabalho e componentes, o que acabou favorecendo a redução do desperdício e o aumento da produtividade.

9. Supervisão funcional: era de conhecimento de todos que Taylor era contra a centralização da autoridade e por esse motivo era um defensor da supervisão funcional. Um dos pontos reforçados por esse princípio era de que a especialização do operário deveria ser acompanhada também da especialização do supervisor. Esse conceito trazia a ideia da existência de diversos supervisores, sendo cada um especializado em determinada área e com a menor variedade possível de funções. A administração funcional de Taylor foi considerada uma verdadeira revolução para os procedimentos administrativos e industriais da época.

Os Princípios da Administração Científica


Princípios da Administração Científica
A administração científica trouxe diversas melhorias para as indústrias da época, modificando todos os modelos do século XX. Seus principais princípios se baseiam no conceito e nos métodos científicos da administração de empresas e possuem como finalidade garantir o melhor custo/benefício aos sistemas produtivos. Abaixo listamos alguns dos princípios mais famosos do movimento.

> Princípios da administração científica de Taylor: para o principal nome da administração científica, existiam quatro princípios a serem seguidos pela gerência, sendo eles: planejamento, preparo, controle e execução. O planejamento seria o responsável por substituir o empirismo pela ciência e procedimentos científicos. O preparo deveria selecionar, capacitar e treinar cientificamente os trabalhadores, máquinas e equipamentos. Por fim o controle e a execução, seriam os responsáveis por monitorar o bom andamento das atividades, como também distribuir atribuições entre os trabalhadores para que a execução seja disciplinada e ordenada.

> Princípio da exceção: Frederick Taylor optou por um sistema de controle operacional simples, fundamentado na verificação dos excessos e desvios de padrões. Em síntese, o princípio da exceção na administração científica funcionava para que tudo ocorresse dentro dos padrões normais, sem tomar muito da atenção do operário ao exercer sua atividade. O supervisor seria o responsável por afastar os excessos e corrigi-los. Todos os desvios, sejam eles positivos ou negativos deveriam ser identificados e devidamente sanados.

> Princípios da eficiência de Emerson: Harrington Emerson foi um famoso engenheiro que simplificou os métodos tradicionais de trabalho. Ele popularizou a administração científica e foi o responsável por desenvolver os primeiros trabalhos  sobre seleção e treinamento. Suas principais ideias eram: traçar um plano bem definido, bom senso, oferecer orientação, disciplina, honestidade, manutenção de registros precisos, remunerações proporcionais, normas padronizadas, instruções precisas e incentivos visando o aumento da eficiência.

> Princípios básicos de Ford: considerado um dos principais nomes da administração científica, o empreendedor estadunidense Henry Ford iniciou sua vida como mecânico, fundando sua primeira fábrica em 1899, que logo depois foi fechada. Em 1903, fundou a Ford Motor Co., onde popularizou um produto que era destinado apenas à milionários. Entre 1905 e 1910, Ford foi o responsável pela principal inovação do século XX, a produção em massa. Esse conceito introduzia a produção do maior número de produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível.

Esse novo modelo teve grande impacto no modelo de negócio e nas indústrias da época. Ford também foi o responsável por estabelecer o salário mínimo e a jornada diária de oito horas. Em 1926 já possuía 88 fábricas e empregava cento e cinquenta mil pessoas, fabricando dois milhões de carros por ano. Ford instituiu três princípios básicos, que eram: intensificação (diminuição do tempo de produção e inserção do produto no mercado), economicidade (redução do volume de estoque) e a produtividade (que visava aumentar a capacidade de produção do homem por meio da especialização da linha de montagem).

Principais críticas à administração científica


Críticas à Administração Científica

1. Mecanicismo da administração científica: o movimento da administração científica focou todos os esforços na análise das tarefas, cargos e funções. Muito embora uma organização ou indústria seja constituída por pessoas, o movimento deu baixa importância para o elemento humano, fazendo com que a organização fosse vista como um sistema rígido e estático, ou seja, como uma máquina. Por esse motivo, a administração científica recebeu o título de "teoria da máquina", uma vez que tratava o operário como uma peça mecânica.

2. Superespecialização do operário: no caminho para alcançar a máxima eficiência, a administração científica de Taylor preconizava a especialização do operário por meio da divisão operacional em elementos constitutivos. As tarefas mais simples (resultado da divisão), poderiam ser facilmente ensinadas e com isso, tinha-se um grande ganho na capacidade do operário. Outro fator alcançado era a padronização do operário, já que o fracionamento da tarefa facilitava o padrão de sua execução.

3. Visão microscópica do homem: a administração científica visava os empregados de maneira individual, excluindo o fator humano e social de dentro das organizações. Para Taylor, a aceleração do trabalho só poderia ser obtida por meio da padronização dos métodos, da adoção dos instrumentos e das condições de trabalho. A ideia principal consistia numa estrutura administrativa monocrática, alienante em prol da obediência. A utilização dos operários limitou-se às tarefas e sua execução, abrangendo apenas as variáveis fisiológicas e esquecendo do fator social e humano (teoria fisiológica da organização).

4. Ausência de comprovação científica: o movimento da administração científica é bastante criticada por tentar criar uma ciência sem o cuidado de apresentar comprovação científica suficiente dos seus princípios e suposições. Colocando de outra maneira, Taylor e seus seguidores utilizaram pouquíssima pesquisa e experimentação para comprovar suas teses. Seu método concreto, baseado na evidência de dados singulares e observáveis.

5. Abordagem incompleta da organização: a teoria da administração científica de Taylor é considerada por muitos autores como incompleta, parcial e inacabada. Isso ocorre pelo fato da teoria se limitar apenas aos aspectos formais da organização, esquecendo os aspectos humanos da indústria e a organização informal. Esse "buraco" ignorava a vida social e as pessoas, tomando-as como indivíduos isolados, ao mesmo tempo que omitia a existência do conflito entre os objetivos individuais dos operários e os objetivos organizacionais.

6. Limitação do campo de aplicação: além de diversas restrições, muitas das quais foram apontadas ao longo desse texto, a administração científica também foi restrita em relação aos problemas de produção na fábrica, uma vez que não considerava os demais aspectos da vida da organização, como por exemplo, financeiro, logístico, comerciais, entre outros. Outro fator que limitava a administração científica era o desenho de cargas e tarefas, que se fundamentava na estabilidade e previsibilidade das operações.

7. Abordagem prescritiva e normativa: tratada como uma das principais características da administração científica. Existia no movimento, uma grande preocupação em relação aos princípios normativos, que visavam a padronização de situações e a maneira como elas deveriam ser administradas. Muitos consideram como uma abordagem de soluções enlatadas e desgastadas, com pouquíssimo ou quase nenhum dinamismo. Para os críticos a organização deveria funcionar e produzir aos invés de explicar o próprio funcionamento.

8. Abordagem do sistema fechado: a teoria da administração científica visualiza as organizações como se elas fossem entidades autônomas e fechadas para qualquer influência externa. Muitos dos críticos enxergavam a teoria apresentada por Taylor como uma abordagem de sistema fechado que era caracterizada pelo fato de visualizar somente aquilo que acontece dentro de uma organização, sem levar em conta o que acontece fora dela (ambiente externo). Outro ponto era que a administração científica considerava poucas variáveis dentro de uma organização, excluindo variantes consideradas menos importantes.


Conclusão - Administração Científica


Pode-se dizer que foi com a administração científica que tivemos início da luta incansável pela produtividade, que representava o total de produtos obtida no processo e a quantidade necessária de insumo para sua obtenção. O fator mais importante é de que o movimento da administração científica, através da redução do desperdício (seja de tempo, esforço ou produção), mostrou uma nova maneira de aumentar o lucro das empresas da época. Apesar da enorme quantidade de críticas (apontadas acima), a administração científica criou uma forte tendência, a qual tornou Frederick Taylor um dos principais nomes do século XX.


Em resumo, a teoria científica constitui a primeira abordagem da administração de empresas, sendo a primeira à trazer métodos e modelos científicos à disciplina. Foi justamente através de experiências concretas de análise e observação que foi possível a existência de vários princípios administrativos que são aplicados até hoje dentro das empresas e indústrias. Taylor, Ford e seus seguidores buscaram a eliminação da ociosidade, do desperdício, incentivos, entre outros aspectos que assegurassem o aumento da eficiência e eficácia das atividades. É certo dizer que a administração científica foi de grande contribuição para os trabalhadores e empresas do mundo em que vivemos atualmente.

Bom é isso pessoal. Até a próxima!

Autor: Filipe Bezerra
Referências Bibliográficas:
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier, 2004.

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