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Diagrama de Ishikawa: Princípio da causa e efeito

Conceito do Diagrama de Ishikawa


Diagrama de Ishikawa (causa e efeito)

Criado por Kaoru Ishikawa, o diagrama que tem a forma de uma espinha de peixe é um gráfico cuja finalidade é organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema prioritário e analisar as dispersões em seu processo e os efeitos decorrentes disso. Considerada uma das sete ferramentas da qualidade, o diagrama de ishikawa também é conhecido por diagrama 6M, espinha de peixe, ou ainda diagrama de causa e feito. Ele foi desenvolvido para ser usada pelos círculos da qualidade e para estudar os problemas identificados como prioritários pela análise do Diagrama de Pareto.

A ferramenta foi desenvolvida através da ideia de fazer as pessoas pensarem sobre as causas e possíveis razões que fazem com que um problema ocorra. Por isso, os problemas estudados por meio do diagrama de ishikawa são enunciados geralmente como uma pergunta, que possui a seguinte estrutura: "por quê ocorre este problema?" ou "quais as causas deste problema?". Como o diagrama de ishikawa faz parte do grupo das sete ferramentas da qualidade, ela é considerada como sendo uma ferramenta gráfica da administração, utilizada no gerenciamento e controle da qualidade organizacional. Em resumo, o diagrama se trata de um instrumento prático que auxilia a análise de causa em avaliação de não conformidades nos processos de uma empresa.


Diagrama de Ishikawa (análise da causa e efeito)


Kaoru Ishikawa (criador do diagrama)A composição do diagrama de ishikawa considera que os problemas podem ser classificados em seis tipos diferentes de causas, que são: o método (utilizado para executar o trabalho), a máquina (que pode ser a falta de manutenção ou operação errada da mesma), a medida (as decisões sobre o processo), o meio ambiente (qualidade ou não do ambiente corporativo), a mão-de-obra (refere-se ao nível de qualificação do executor do processo) e o material (baixo nível de qualidade da matéria prima usada no processo).

É justamente devido à classificação dessas seis principais causas, que o diagrama de ishikawa também é chamado de diagrama 6M. Entretanto, ainda podemos considerar a existência de um sétimo M, que tem sua origem na palavra em inglês Management, a qual encontra-se relacionada à palavra gestão. É importante lembrar também, que nem todos os M's são aplicáveis na execução do diagrama de ishikawa, uma vez que eles nem sempre serão compatíveis com o estudo de causa e efeito abordado. O sistema proposto pelo diagrama de causa e efeito permite estruturar hierarquicamente as causas potenciais de um determinado problema, como também uma oportunidade de melhoria e seus efeitos sobre a qualidade de um produto.

Vale considerar que o diagrama de ishikawa pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagrama de relações, apresentando uma estrutura mais complexa do que a tradicional. Kaoru Ishikawa (foto acima) observou que, apesar de nem todos os problemas poderem ser resolvidos pelo diagrama, ao menos 95% deles poderiam ser, e que qualquer pessoa com um conhecimento mínimo sobre processos seria capaz de utilizá-la de forma satisfatória (apesar de suas variações). No geral, podemos dizer que não existem limites para a utilização do diagrama de ishikawa, pois a ferramenta proporciona ao seu usuário uma lista de itens a serem conferidos, resultando numa rápida coleta de dados e consequentemente na localização das causas dos problemas.

Como fazer o diagrama de ishikawa


Estrutura do Diagrama de Ishikawa

1 - Definição do Problema: Primeiramente, deve-se determinar o problema que será analisado no diagrama de ishikawa, assim como o objetivo que se espera alcançar através dele. O mais importante é evitar ser superficial, focando no problema de forma objetiva e em termos de qualidade que possa ser mensurável de alguma forma.

2 - Estruturação do Diagrama: Após a primeira etapa, o executor do diagrama de ishikawa deve juntar todas as informações necessárias a respeito do problema em questão. Ele pode também, por exemplo, descrever o problema à ser analisado na "cabeça" do peixe, a fim de facilitar sua visualização.

3 - Agrupamento das informações: Após reunir uma equipe que possa ajudar na criação do diagrama, a mesma deve apresentar as informações agrupadas por meio de uma sessão de brainstorming. É interessante trazer para o brainstorming pessoas que estejam relacionadas diretamente com o problema, assim como de outras áreas, com perspectivas diferentes que agreguem valor ao diagrama e ao processo.

4 - Classificação das Causas: Deve-se ordenar todas as informações da melhor maneira possível, apontando as principais causas e eliminando as informações dispensáveis. É muito importante fazer uma análise profunda das causas, com o intuito de detectar quais delas impactam mais no problema e quais seriam suas possíveis soluções. Após a análise das causas, deve-se elaborar um plano de ação e definir os responsáveis, como também um prazo para a conclusão de cada ação.

5 - Conclusão do Diagrama: Por fim, desenhe o diagrama, levando em consideração as causas que devem estar de acordo com os 6M's. Nesta etapa é importante dividi-las de acordo com as categorias (máquina, mão-de-obra, meio ambiente, material, etc.). Vale salientar que não se deve esquecer de definir também as sub-causas dos problemas. O diagrama completo deve conter os seguintes componentes: cabeçalho, efeito, eixo central, categoria, causa e sub-causa.

O diagrama de ishikawa auxilia qualitativamente os envolvidos em um processo industrial, de forma que consigam visualizar da melhor maneira possível qual o efeito indesejado que está ocorrendo e quais as possíveis causas do mesmo. A ferramenta de causa e efeito também estrutura visualmente possíveis estratificações a serem aplicadas nas tratativas. Sendo toda sua metodologia aplicada para estabelecer parâmetros de controle, com base em estratos uniformes que permitem, com maior facilidade, a detecção das causas dos problemas analisados. É importante salientar que estratificações desnecessárias comprometem a qualidade do sistema, diminuindo sua eficácia, por isso, deve-se utilizar somente os dados estritamente necessários para o processo.

Conclusão - Diagrama de Ishikawa e a análise de causa e efeito


No geral, o diagrama de ishikawa é uma das mais importantes ferramentas da qualidade para o meio empresarial, sua facilidade em permitir o agrupamento e a fácil visualização das várias causas de um problema o transformaram numa ferramenta altamente reconhecida por administradores e engenheiros do mundo todo. O diagrama apresenta visualmente as causas potenciais de um problema e seus efeitos que impactam diretamente na qualidade do que se produz. Ele também contribui para o melhoramento dos processos e do trabalho em equipe, reunindo os colaboradores e promovendo uma série de discussões em torno dela.

O diagrama de ishikawa representa a forte relação que existe entre um determinado resultado de um processo qualquer (efeito) e os diversos fatores (causas) que consequentemente contribuem para esse resultado específico. Sua relação com a imagem de uma espinha de peixe, ocorre devido ao fato de considerarmos suas espinhas como as causas dos problemas que são levantados, que irão contribuir para a resolução do seu efeito. Portanto, percebemos que a famosa espinha de peixe é usada basicamente para visualizar as causas primárias e secundárias de um problema, ampliando a visão das possíveis causas através da análise e da identificação de soluções, gerando assim, melhorias para o processo.

Podemos afirmar que, o diagrama de ishikawa atualmente é considerado uma das ferramentas mais eficazes quanto as ações de melhoria e gestão da qualidade nas empresas. Vale ressaltar ainda, que o mesmo pode precisar de uma estrutura organizacional favorável para ser aplicada com sucesso, já que se trata de uma metodologia diferente das tradicionais. Porém, como todo trabalho relacionado à qualidade, é fundamental o comprometimento de todos os envolvidos no processo e que ao examinar cada causa, o usuário observe fatos que mudaram, como por exemplo, desvios de normas e padrões, lembrando de eliminar a causa e não os sintomas que nele são apresentados.

Até a próxima!

Autor: Filipe Bezerra
Referências Bibliográficas:
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo, Atlas, 2012.
PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre Reis. Administração da produção. UnicenP, 2007.

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