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Escola Clássica da Administração Científica

A Escola Clássica e a Administração Científica


Escola Clássica da Administração Científica

A escola clássica tem esse nome, por que seus integrantes criaram e sistematizaram os fundamentos da administração durante a transição para o século XX (mesma época da revolução industrial). A eficiência dos processos produtivos, o combate ao desperdício, a administração como processo e eficiência do modo burocrático de organização são os conceitos que se encontram nas raízes da escola clássica da administração. Foram os clássicos que escreveram as primeiras ideias, tiveram as primeiras experiências e criaram as primeiras soluções. Eles tinham como principal objetivo entender e fazer funcionar os sistemas produtivos que nasceram com a Revolução Industrial.


Inicialmente, a escola clássica surgiu com base nos fundamentos de Henri Fayol, o pai da teoria clássica da administração. Durante praticamente toda sua vida, Fayol estudou e colaborou de forma gradativa para o crescimento da administração. Em seus últimos anos de vida, dedicou-se a divulgar os princípios clássicos da administração, fundou o Centro de Estudos Administrativos e coordenou diversas reuniões com autores da época. Em 1926, o Centro de Estudo fundado por Fayol fundiu-se com a Conferência Francesa, dando vida ao Comitê Nacional da Organização Francesa, que fora considerado a associação mais importante acerca dos estudos da administração.


Desenvolvimento da Escola Clássica e o Movimento da Administração Científica


Taylor e a Administração Clássica e CientíficaCom a expansão da revolução industrial, as organizações se depararam diante de uma nova realidade que marcou um grande avanço para a abordagem clássica da administração. Esse avanço exigiu o desenvolvimento de novas técnicas e métodos administrativos e um desses métodos foi a famosa administração da eficiência no trabalho, ou como também é conhecida, a administração científica de Taylor.

O criador deste movimento e também o principal participante foi Frederick Winslow Taylor, o qual vamos falar sobre no decorrer do texto. Entre 1874 e 1878, Taylor trabalhou para uma empresa fabricante de bombas hidráulicas, onde aprendeu o ofício de torneiro e onde começou a notar o que considerava má administração. Em 1878 ingressou na Midvale Steel, empresa na qual ficou doze anos e alcançou o cargo de engenheiro chefe. Foi nessa empresa que Taylor observou os problemas das operações fabris, tais como a falta de incentivo, decisões sem embasamento, etc.

Taylor ainda foi sócio e presidente do que foi considerado o berço da administração científica - a Sociedade Americana dos Engenheiros Mecânicos (ASME), fundada em 1880. A Administração Científica ou Taylorismo (como também é chamada), utilizava um corpo de conhecimentos com vida própria e um módulo de observação de baixo para cima, e das partes para o todo. Este movimento visualizava o homem econômico, que é motivado pelas recompensas materiais. O "corpo" principal do movimento se desenvolveu em três grandes momentos, que nós podemos chamar de fases:

> Primeira Fase da Administração Científica

Em 1895, Taylor apresentou à sociedade o que é considerado o primeiro trabalho da administração científica: The Piece Rate System (Sistema de pagamento por peça). Esse trabalho leva em conta quanto tempo demora para um homem completar uma tarefa dando tudo de si, tornando possível estabelecer um padrão de pagamento, de forma que o trabalhador se visse compelido a trabalhar para garantir uma remuneração razoável. Este exercício ficou conhecido como o estudo sistemático e científico do tempo, que consistia em dividir cada tarefa, cronometrando-a e registrando seu resultado final.

Entre as principais vantagens desse estudo, encontram-se: A eliminação de esforço e movimentos inadequados; A identificação da melhor maneira de executar tarefas e A seleção e treinamento de pessoal. O objetivo principal do estudo dos tempos, era definir o valor dos salários, permitindo o aprimoramento do trabalho operacional, através da racionalização dos movimentos e consequentemente aumentando o salário e diminuindo os custos de produção. Esse método se mostrou bastante eficaz ao reduzir os custos operacionais e otimizar a produção da fábrica simultaneamente.

> Segunda fase da Administração Científica

Na segunda fase ocorre o aprimoramento dos métodos de trabalho. Essa fase corresponde ao que chamamos de Estudo do Shop Management (Administração de operações fabris), no qual, seu conceito ajudou a tornar a administração científica um sistema mais abrangente. Em Shop Management, Taylor faz  a distinção entre o homem médio e o homem de primeira classe. Segundo Taylor, o homem de primeira classe é altamente motivado, realizando seu trabalho sem desperdício de tempo, já o homem médio se mostra totalmente o oposto. Com isso, o ideal era que o homem de primeira classe fosse selecionado para a tarefa que lhe fosse mais apropriada e ao mesmo tempo incentivado financeiramente. Outros pontos trabalhados nessa fase, foram a padronização de ferramentas e equipamentos e a fundamentação dos princípios que torneavam a Administração Científica.

> Terceira fase da Administração Científica

Durante essa fase, Taylor fez certas recomendações de mudanças nas responsabilidades das empresas. De acordo com ele, as organizações deveriam possuir um departamento de planejamento, no qual toda atividade "cerebral" da produção fosse removida da fábrica e centralizada nesse departamento. Ainda na terceira fase da administração científica, foram consolidados o que conhecemos por "princípios do movimento" que sintetizavam os objetivos do taylorismo, eles são:

1. Princípio de Planejamento: O foco era desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho. Esse princípio tinha como principal objetivo substituir o velho método empírico por um novo, no qual o planejamento ocorria para cada etapa do trabalho. Seu objetivo era estudar e analisar a melhor maneira de realizar cada atividade, assim como o melhor trabalhador para fazê-la.

2. Princípio de Preparo dos Trabalhadores: Selecionar cientificamente (com base no planejamento prévio) e depois treinar, instruir e desenvolver o trabalhador, que no passado, escolhia seu próprio trabalho e treinava-se o melhor que podia. Sendo assim, a administração científica fazia o preparo do trabalhador e o alinhava para a atividade que mais lhe cabia.

3. Princípio de Controle: Cooperar sinceramente com os trabalhadores, de modo a garantir que o trabalho seja feito de acordo com os princípios da ciência que foi desenvolvida. Neste princípio, nós temos o velho e bom monitoramento da atividade, ou seja, toda atividade fabril deveria ser realizada em acordo com o planejamento e treinamento que fora recebidos pelo trabalhador.

4. Princípio de Execução: De acordo com Taylor, na administração científica existe uma divisão praticamente igual de trabalho e de responsabilidade entre a administração e os trabalhadores. Neste princípio a administração incumbe-se de todo o trabalho para o qual esteja mais bem preparada que os trabalhadores, enquanto no passado quase todo o trabalho e a maior parte da responsabilidade recaíam sobre a própria mão de obra.

Críticas à Escola Clássica e a Administração Científica e Expansão do Movimento


Ford e a linha de montagemA oposição à Administração Científica, se encontrava nos trabalhadores, na imprensa e nos políticos, suas críticas fundamentavam-se em alguns pilares como o fato de que aumentar a eficiência poderia provocar o desemprego, ou que se tratava de uma técnica para o operário trabalhar mais e ganhar menos, que não existia comprovação científica, se tratava de uma abordagem fechada (limitada), e ainda que causava o mecanicismo do operário (daí surgiu a teoria da máquina).

Em 1911, a repercussão das críticas, levaram Taylor a fazer um depoimento no congresso americano a respeito da Administração Científica. O inquérito terminou com a proibição do uso de cronômetros e pagamentos de incentivos aos trabalhadores, porém, as demais técnicas foram preservadas. Apesar das críticas, com a chegada da primeira guerra mundial, o movimento  da administração científica rapidamente voltou a ganhar popularidade nos Estados Unidos, principalmente, em decorrência da necessidade que se estabeleceu no país.

Devido ao sucesso dos fundamentos exercidos pelo exército americano, outros países se interessaram e passaram a "copiar" a fórmula da Administração Científica. A edição francesa dos princípios de Taylor por exemplo, chegou aos 9.000 exemplares no ano de 1917. Com a expansão da indústria (muito devido a primeira guerra), outra inovação incorporou-se à administração científica: a linha de montagem de Henry Ford. A linha de montagem móvel foi apenas um dos diversos avanços que ele criou, Ford também elevou os dois princípios da produção em massa ao máximo, que são: as peças padronizadas e o trabalhador especializado.

Na produção massificada, cada peça ou componente pode ser montado em qualquer sistema ou produto final, tal princípio tinha por objetivo assegurar a uniformidade das peças. Em contrapartida, enquanto o produto é dividido em partes o processo de fabricá-lo é dividido por etapas. Cada etapa corresponde à montagem de uma parte do produto. Essa divisão do trabalho acaba implicando de forma gradativa na especialização do trabalhador. Também em janeiro de 1914, Ford adotou o dia de trabalho de oito horas e duplicou o salário dos trabalhadores para cinco dólares por dia (o que ocasionou repulsa por parte da concorrência).

Conclusão - A Escola Clássica da Administração Científica


Devido a sofisticação dos métodos de comercialização e industrialização na época, as empresas passaram a refletir mais sobre os processos administrativos e atividades fabris. Por isso, podemos dizer que a Escola Clássica da administração teve início com os fundamentos de Henri Fayol, que estabeleceu a linha do processo administrativo de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. E ainda que após o surgimento da Revolução industrial, as empresas perceberam a necessidade de refletir sobre a eficiência da indústria e da racionalização de seu trabalho, sendo essa reflexão à base dos fundamentos da administração científica que veio à complementar a teoria clássica de Fayol.


Apesar das críticas que recebeu e das deficiências que hoje conseguimos observar, é mais do que correto dizer, que a Escola  Clássica da Administração Científica foi e continua sendo um dos principais pilares da administração moderna. Como resultado de seus princípios, diversos seguidores acompanharam o movimento, dentre eles alguns colaboradores de Taylor e outros independentes, mas que seguiam a mesma linha de raciocínio. Dentre os mais conhecidos, nós podemos citar: Frank e Lillian Gilbreth (estudo dos movimentos); Henry Gantt (Gráfico de Gantt); Hugo Munsterberg (Psicologia e a Eficiência Industrial).

Tal popularidade só ajuda a comprovarmos a real importância desse movimento. Chiavenato, por exemplo, afirmou em seu livro "Introdução a Teoria Geral da Administração", que a administração científica foi o primeiro passo em busca de uma teoria administrativa, um passo pioneiro e irreversível. Bom galera, nos próximos posts continuaremos falando sobre a Escola Clássica, porém, desmembrando as teorias de Henry Fayol e o Processo Administrativo, e Max Weber com a Teoria das Organizações. Para não perderem nenhum post, convidamos vocês a assinarem nosso Feed de notícias e nos acompanharem pela fan page do Facebook.

Até a próxima!

Autor: Filipe Bezerra
Referências Bibliográficas: 
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier, 2004.

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