Tivemos há poucos dias a notícia de que o Brasil teve o pior resultado da Balança Comercial dos últimos 10 anos. Este resultado ocorre, principalmente, devido a compra de combustíveis importados pelo país para atender a demanda automotiva e industrial, visto que o Brasil não consegue dar conta do abastecimento interno quando o assunto é o combustível pronto para utilização. Fora isso, ainda temos uma companhia (Petrobrás) que se auto intitula suficiente na produção de petróleo, porém, que também enfrenta inúmeros problemas ao mesmo tempo. Problemas estes, que levaram o valor da empresa a menos da metade do que valia em 2008.
Devemos
nos perguntar, o porquê, de um país como o nosso, rico em petróleo e gás natural,
previsto para ser um dos principais produtores e exportadores destes produtos, não conseguir abastecer seu mercado interno e também não
investir de forma contínua no desenvolvimento de novas tecnologias para a
produção do combustível refinado. Atualmente, assistimos o monopólio de uma única empresa sobre
as concessões do pré-sal, entretanto temos visto nossos poços serem vendidos a
empresas estrangeiras que lucram progressivamente com a extração do nosso petróleo e
gás natural. O Brasil deveria hoje ser líder na exportação tanto de
petróleo bruto, quanto o refinado e seus derivados. Não há justificativa
plausível para não termos centros tecnológicos e de estudos petrolíferos por
toda a costa do país.
É claro
que se quisermos ver o Brasil no topo da produção de petróleo mundial, muito
deve ser feito no âmbito educacional e de capacitação profissional. Capacidade financeira para incrementarmos as refinarias e plataformas de
petróleo o setor já possui. O que deve existir, é um interesse ativo por parte de
nossos governantes na forma atual como está sendo desenvolvida a exploração
destes recursos naturais e nas concessões que estão sendo dadas, principalmente,
verificando questões de responsabilidade ambiental e social junto às empresas
nacionais ou estrangeiras contratadas.
A
criação de novos centros especializados, de cursos universitários de qualidade,
de cursos técnicos profissionalizantes e a ampliação de pesquisas na área, são os passos básicos que devem ser incentivados pelo governo para
uma melhoria constante do setor e dos profissionais que nele atuam. Não há como
se falar em melhoria na exportação e na qualidade do petróleo, enquanto essas medidas não forem otimizadas e não houver uma
investimento visível nas tecnologias que possuímos. O que o país realmente precisa, é de uma produção voltada à qualidade do produto vendido e
consequentemente a criação de novas refinarias por todo o país para dar cabo da
demanda já existente.
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Linkedin: Diego Santos Bezerra.