administração

A administração e a desconfiança ao seu redor

A ciência da administração

Numa busca de entender, explicar, questionar e discutir a importância e o reconhecimento da ciência da administração no contexto mercadológico e social, temos aqui um texto que talvez o(a) faça refletir sobre o assunto. Administrar é uma prática presente desde os primórdios até os dias atuais e necessariamente dos que virão, seja de forma organizada, eficiente ou não. Se perguntarmos a qualquer pessoa se ela acredita que há a necessidade da administração em um determinado ambiente onde a coletividade, a vida em sociedade e a interação humana se faz presente, certamente dirá que sim, mas, se indagarmos sobre ter de ser um gestor administrador à frente desse cenário, as respostas mudarão, acreditem. A finidade desse texto é discutir a relevância da ciência administrativa no contexto real de mercado, bem como, o impacto das respostas sociais ao curso e futuro de quem é da área.

Antes de prolongar a discussão, talvez estejas refletindo sobre um erro até grotesco do autor, como assim: gestor administrador? Um gestor não é um administrador e vice-versa? A resposta é díade, “sim” e “não”. Esta última eu assumo responsabilidade, pois acredito que ao mesmo tempo em que são coisas aparentemente iguais, elas têm uma essência diferente, uma vez que qualquer indivíduo pode ser um gestor, mas para ter esse complemento de administrador, só quem se gradua para ser. Possivelmente há quem esteja pensando: “Sim, qual é a diferença?” (já desmerecendo a profissão). A resposta virá ao longo do texto.

De fato, dá para reconhecer que pessoas que não possuem curso superior podem desenvolver através de experiências, habilidades ou outros fatores, a capacidade de realizar algumas atividades que na teoria seriam designadas apenas aos profissionais formados. Podemos, inclusive, comparar a nossa área com outras, por exemplo: não precisar estudar pedagogia pra ensinar crianças, não precisar estudar moda pra ser consultor na área, não precisar ser cientista político para opinar sobre a mídia, entre outros. Mas, o desfecho do que será realizado por essas pessoas pode dar certo? Sim, porém, o fim nem sempre é o mais importante. O meio, ou seja, o caminho a ser seguido deve ter uma atenção especial, até porque eventualidades podem ocorrem a qualquer momento no âmbito organizacional e é aí que está o "x da questão", pois são os profissionais com os conhecimentos consolidados que terão uma maior visão para identificar e tomar as decisões mais acertadas. A diferença básica seria essa, mesmo sendo possível, o resultado não chegará ao nível de quem tem a formação e as devidas instruções, pois realizar certas atividades até realizam, mas como fazê-las evitando ao máximo o erro é outra história, que, talvez os atuantes em funções distintas desconheçam.

Poderia ter dito antes, mas gostaria que percebessem que os exemplos entre os “profissionais formados ou não”, não têm em nenhum momento caráter preconceituoso ou desmerecedor. Porém, vale ressaltar que, atuar em algo que não condiz com sua função, entraria como uma exceção. Pois bem, temos de fato um problema para os administradores e uma reflexão para os que não são. Com relação ao segundo grupo, podem simplesmente pensar que basta ser “desenrolado” para dar conta do recado, ou que, realmente faz sentido a discussão. Deixe-os pensar. Mas então, quer dizer que só quem está apto a gerir uma empresa é quem se forma em administração? Não. Porém, eles desenvolvem (é o que se espera) essa competência gerencial. Reforço o que está entre parênteses, pois mesmo graduados infelizmente não são todos que estão qualificados para exercer tal função. Não vou entrar em detalhes, nem citar possíveis motivos (fica mais uma reflexão), mas afirmo que os grandes responsáveis são os mesmos, uma vez que durante o curso há uma grande diferença entre quem faz administração e quem estuda administração, aqui sim está o divisor de águas do profissional. Este, possivelmente, é o motivo da certa má reputação que o curso e estes profissionais têm no mercado, pois, muitos entram, muitos saem e pouquíssimos são diferenciados.

Já dizia Humberto Gessinger em alguma de suas músicas “grandes negócios, pequenos empresários”, certamente reforçando a nossa insatisfação com a incompetência administrativa no nosso país, seja no âmbito privado ou  público, em que “o povo pena, mas não para” de amargar o que nos é  oferecido. Por isso, espera-se uma mudança de comportamento não só da  sociedade em si, como também de nós administradores. Podemos e temos motivos para acreditar no clichê “na prática a teoria é outra”, porém, não devemos nos prender a ele, pois se pensarmos unicamente assim, estudar será em vão e estaremos fechando nossa mente para questionamentos, respostas e reflexões que nos fariam enxergar o mundo de outro jeito.

De certo, quem cursa administração possivelmente já foi questionado sobre coisas como: Vai administrar o quê? Sua família possui empresa? O que vai fazer quando terminar? É um pouco revoltante, ao mesmo tempo em que chega a ser engraçado. No entanto, as respostas podem ser simples, porém, chatas, tais como: "Uma empresa" ou “Vou procurar emprego como qualquer outro, isso se não for efetivado, pois estágio na área há e em abundância para eu fazer enquanto graduando". No entanto, nessa segunda afirmativa, há um porém, e daqueles bem relevantes, para isso acontecer é essencial que o indivíduo tenha se desenvolvido ao longo do tempo, pessoal e profissionalmente, com isso, havendo plano de carreiras na organização em que está atuando sua ascensão é praticamente certa.

Saibamos, quando as oportunidades surgirem, devemos estar preparados para abraçá-las. Não é fácil mudar, sair da rotina. Mas, não esperemos ter de sair da nossa zona de conforto para ampliar nossos horizontes. Uma ideia interessante é trabalhar sempre com planos A, B, C, etc., pois um deles dará certo ou por que não todos ou alguns? Abrindo um parêntese, sem parênteses, gostaria de fazer um comentário sobre o nosso Conselho Federal e Regional de Administração: ”Não me conformo com o conformismo dos mesmos no que diz respeito a abrir portas e alavancar nossos direitos e deveres como profissionais da administração, busquem mais”. Fica o apelo. No mais, apesar de vivermos numa era literalmente focada num capitalismo selvagem, acredito ser válido fazer outro pedido, desta vez, aos companheiros administradores: vamos nos unir, vamos nos valorizar, vamos nos cobrar, vamos contribuir para uma inserção de gestores administradores mais competentes e dignos no mercado. Não me refiro a nos tornar facilitadores uns dos outros, mas, por exemplo, se um de nós atua em algum cargo gerencial e precisa de pessoal para atividades gerenciais, que faça uma seleção entre e para nós. É preciso foco, assim, no futuro poderemos ser profissionais com mais valor e dar à sociedade um retorno digno. É isso, meus caros, recursos não faltam, basta ter as pessoas certas para alocá-los da melhor forma possível.

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